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Debruça sobre minhas pálpebras, repousa abaixo dos meus cabelos, toma forma em minhas mãos, ela e a cor dos meus olhos, ela absorve minha sombra, na inquietação dos meus passos.
As luzes da inquietação tem sempre os olhos abertos e não me deixa dormir. Me rouba os sonhos da noite e evapora os pesadelos do dia.
Evaporando o dia, me tira o rir, ou me faz chorar, pela ausência de viver. Na inquietação da noite, a vida me faz chorar e rir, falar ser ter nada a dizer... dizer sem que ninguém me ouça... estão todos dormindo na quietude da noite.
A inquietação, nas suas diferentes formas, como a ansiedade e a angústia, Podendo ir ao pânico, todas as inquietações humanas, podem ser encaradas sob diferentes ângulos. Dependendo do ser que as olha: os olhos de um sociólogo, de um psicólogo, de um médico ou de um psiquiatra ou ainda sob o ângulo espiritual, que é o das motivações mais profundas, e frequentemente segregada, do agir humano.
Exposição fotográfica de 2 segundos na rua lateral - "Igreja do Rosário"
foto e texto: Ronald Peret