sábado, 6 de janeiro de 2018


Em silêncio, Vivo.  (Nov 14, 2015) Ronald Péret

Os causadores desde incomensurável dano, devem: todas as perdas humanas, famílias, quintais, currais, cães, brinquedos, habitações, barracos, animais, carros, carroças, pesqueiros, plantas, plantações amizades, vizinhos, pracinhas, igrejas, escolas, água potável, água para irrigação, pinguelas, pontes, arvores, caminhos, vendas e por aí vai multiplicado por todos os lugares, por onde passou a destruição causada por sua ambição. Para dizer a verdade quem sobreviveu, herdou uma vida inerte, os personagens e os marcos desta história desapareceram na lama. Se permanecesse apenas no luto, já ficaria desregrado, infelizmente existe ainda o abandono.

Nesta corrida desigual, deselegante, sórdida e gananciosa, onde barganharam vidas, extinguindo delas, todas as suas possibilidades de uma existência ser atrelada a outras, neste horizonte restrito, a lamina do trator, rasga a terra e golpeia a porta dos fundos de tantas moradas. Hoje nos confins e nos fins sobrepostos entre a sorte e a morte, tudo ficou coberto de lama, das terras mineiras, as profundezas do mar dos capixabas.
A agonia, perdas e dores é conhecida por todos os brasileiros, principalmente dos habitantes das margens e dos vales do Rio Gualaxo do Norte, do Carmo e Doce.