Deixou-nos atravessar, suas ruas abandonadas, seus becos pouco iluminados, ouvir os murmúrios do tempo e de suas vozes loucas, de suas noites agitadas ou de suas noites com tantos fantasmas.
Peço a Deus, os Santos e as divindades de qualquer canto... para dar:
Um sol com seu esplêndido movimento silencioso, tocar com seus raios os telhados da nossa Vila Rica, como "agora" nesta suculenta manha de luzes de um julho ouro-pretano, e que no final da tarde, deste mesmo dia, o mesmo sol, agora maduro e vermelho morra por detrás das serras do Botafogo...
Ofertar nossos visitantes as canções espontâneas dos passarinhos no "Adro Carmo" ou na "Ponte dos Contos", dêem as estes tantos, as visões celestiais aos pés do São Francisco ou a do Mirante...
Que dêem a estes até os gritos de meu coração, do meu constante pedir e querer, de manter o futuro bem mais presente e não ausente nesta cidade. Posso assim de um admirar profundo, de ver um dia apos o outro "o sol e a lua"... exatamente nascendo num canto e no outro de Ouro Preto. Pelos anos e anos... e por tanto tempo... que há de virar, quero tambem "com todos" continuar caminhando com e em “paz” pelas ruas desta tal Vila Rica...
Imagens e palavras de Ronald Péret.