A magnitude histórica deste feito toma as proporções de um dos “imperdíveis” eventos das “Minas Gerais”, o calendário Ouropretano a cada dia se torna imbatível, nenhuma cidade deste porte engloba mais eventos culturais no Brasil que Ouro Preto, é sem duvida um dos maiores destinos dos fotógrafos e amantes da fotografia no Brasil. Presenciei neste domingo, todos os fotógrafos desta terra, dos amadores aos experientes, dos profissionais aos famosos, fora uma dezena de outros "caçadores de imagens" de outras terras, ou de além mar.
Misturamos as “cores humanas” nesta terra.
Se a pele for de um “negro vivo”, parda de paixões coloridas, pálida de tons mais não de amores, ela não define a fé, não define como amar, a pele na tonalidade, não importa... misturamos as “cores humanas” nesta terra. Nasci pálido, sem cor e um belo dia sambava no “Padre Faria”, tinha nos pés uma herança cultural, adquirida por ter um coração “livre” de se levar ao sabor do samba, das raízes e da vida de um menino que cresceu nas ladeiras e becos desta amada e única “Vila Rica”. Nestes dias todos temos uma única cor, a fé, a intensidade desta ..não está nos pigmentos ...mais na grandeza das vozes “livres” ecoando nas ladeiras e adros.
São “Reis e Rainhas”, e basta abrir a mente e olhar profundamente o que eles vivenciaram ou preservaram longe de seus reinos ou de seus antepassados. Hoje tive que parar por dois momentos e sair do cortejo, fotografei um “Rei” que me fez lágrimas, lágrimas de que na verdade aquilo não era um simbolismo, ele realmente é um descendente e herdeiro de um trono, muito triste... mais agora são livres e não seriamos o melhor povo do mundo se não tivessem sangue e raízes africanas, orientais ou européias. Viva Nossa Senhora do Rosário e Santa Efigênia, vida longa a quem acolhe no peito as cores do mundo, as raízes e a diversidade do nosso universo humano.
Menos de 24 horas de iniciado este evento, das 19:00 de sábado até domingo a tarde, obtive 2819 fotos e 59 filmes. Como estas fotos são por devoção e por amor as raízes “vivas” da pele, de quem sabe “ser e preservar” suas origens, sua crença e sua história, doarei estas fotos e vídeos, as Guardas de Congada e aos Grupos, que por ventura quiserem o acervo fotográfico de sua participação no evento. Basta entrar em contato ou deixar um comentário com os dados de envio dos arquivos.
