03 novembro 2025

Cauré (Falco rufigularis) em Ouro Preto


O cauré (Falco rufigularis) pousado em cima de uma das estatuas do Museu da Inconfidência em Ouro Preto - Fotos: Ronald Péret.

O cauré  é uma ave falconiforme da família dos falconídeos.Também conhecido como cauré-i, coleirinha, falcão-de-garganta-branca, falcão-morcegueiro, gavião-de-coleira e temtenzinho. Nome em Inglês - Bat Falcon

Hábil caçadora, essa espécie pega suas presas em pleno o voo. E para intimidá-las, faz mais: arrepia as penas longas das bochechas e pescoço, que se mesclam, causando um efeito claro e escuro que pode ser avistado à distância.


Características:

Tem cerca de 26 centímetros, o macho pesa aproximadamente 120 gramas e a fêmea, 200 gramas. É pequeno, negro, com peito e barriga listrados de branco. Tem garganta, papo e lados do pescoço amarelos ferrugíneos ou brancos, abdômen e calções castanhos. Quando jovem possui coberteiras inferiores da cauda amareladas e barradas de negro.

O macho é responsável pela obtenção de alimento para os filhotes e para a fêmea, a fêmea é responsável pela segurança do ninho. 


Obs.: a imagem pode ser de uma das duas subespécies:

Falco rufigularis rufigularis (Daudin, 1800) - ocorre desde o Norte da América do Sul (Leste da Colômbia e Guianas) até o Sul do Brasil, Norte da Argentina e também na Ilha de Trinidad;

Falco rufigularis ophryophanes (Salvadori, 1895) - ocorre na região de planalto do Brasil (Sul do Piauí até Mato Grosso, Minas Gerais, São Paulo e Paraná) e na região adjacente da Bolívia, no Paraguai e na Argentina.

(Clements checklist, 2014).

02 novembro 2025

Patagioenas picazuro em Ouro Preto


 A pomba "Patagioenas picazuro", conhecida pelos nomes populares de: asa-branca, legítima, legítima-mineira, pomba-do-ar, pomba-trocal, pomba-trocaz, pomba-carijó (RS), pombão, milonga (sul do Piauí) e pomba-verdadeira. 


[…]

Que braseiro, que fornaia

Nem um pé de prantação

Por farta d'água perdi meu gado

Morreu de sede meu alazão


Até mesmo a asa branca

Bateu asas do sertão

Então eu disse adeus Rosinha

Guarda contigo meu coração

[…]



Uma das maiores espécies da família no País. Mede cerca de 34 centímetros de comprimento. Pode se ver, comparado com a cabeça da estátua do Tiradentes em Ouro Preto. Fotografado hoje "02/11/2025".

01 novembro 2025

A rara e ameaçada Urubitinga coronata em Ouro Preto.


Primeira foto com pouca qualidade, lente totalmente manual e sem estabilizador da imagem , distante 276 metros. Só para mostrar o registro da observação e a localização 01/11/2025... a rara > águia-cinzenta (nome científico: Urubitinga coronata.




 


""""""Atualmente essa espécie encontra-se bastante ameaçada, constando nos livros vermelhos de animais ameaçados de extinção de todos os estados em que ela ocorre, inclusive na lista de espécies ameaçadas de extinção elaborada pelo IBAMA.""""



 



Urubitinga coronata. 

""""""Atualmente essa espécie encontra-se bastante ameaçada, constando nos livros vermelhos de animais ameaçados de extinção de todos os estados em que ela ocorre, inclusive na lista de espécies ameaçadas de extinção elaborada pelo IBAMA.""""

Vive solitariamente ou em casais, habitando áreas montanhosas (a exemplo da Serra dos Órgãos/RJ), campos naturais, cerrado e caatinga. Passa a maior parte do dia pousada em cercas, cupinzeiros, buritizais, postes, etc.

A águia-cinzenta é uma accipitriforme bastante grande e poderosa, atingindo de 75 a 85 cm e pesando até 3,5 kg. O adulto apresenta uma plumagem geral cinza-chumbo, tendo penacho em forma de coroa e cauda curta com uma única faixa cinza.

Ave com taxonomia recentemente alterada: anteriormente era colocada no gênero Harpyhaliaetus, mas desde 2011 a lista de espécies do CBRO considera esta espécie como pertencente ao gênero Urubitinga. Alguns estudos indicam que esta espécie pertence ao gênero Buteogallus, e assim é considerada por alguns pesquisadores do exterior. Por isto em muitas fotos de minha autoria  "Ronald Peret", possui nomes diferentes..."Harpyhaliaetus; Urubitinga e Buteogallus" todos coronatus ou coronata.

31 outubro 2025

contemplar as marcas do tempo


 



Em cada canto, beco, rua ou em qualquer adro de suas muitas igrejas... 

posso contemplar as marcas do tempo e algumas são

como “sentinelas” da história, nesta porção de mundo.

Foto e palavras de Ronald Péret

30 outubro 2025

Andando por Ouro Preto


 

Andando por Ouro Preto - Ronald Péret

29 outubro 2025

Fotografia da escadaria da Igreja de Santa Efigênia


 

 Fotografia da escadaria da Igreja de Santa Efigênia - Foto: Ronald Péret

28 outubro 2025

Igreja do Rosário


Fotografia da lateral da Igreja do Rosário - Ronald Péret
 

27 outubro 2025

Ouro Preto

Ouro Preto, que significa "ouro negro" em português, é um município histórico localizado no estado de Minas Gerais, sudeste do Brasil, situado na Serra do Espinhaço. [1] Fundada no final do século XVII como Vila Rica por garimpeiros que descobriram ouro em pedras escuras de rios, rapidamente se tornou o ponto focal da corrida do ouro no Brasil no século XVIII, que marcou a era de ouro econômica da colônia e atraiu dezenas de milhares de trabalhadores europeus e africanos. [1] [2] Com uma população atual estimada em 77.914 habitantes, a cidade mantém seu traçado urbano da era colonial, caracterizado por ruas íngremes e sinuosas e mais de 20 igrejas barrocas preservadas, exemplificando a arquitetura colonial portuguesa adaptada aos materiais e ao terreno locais. [3] [1]

Como antiga capital de Minas Gerais até 1897 e polo de atividade artística e intelectual, Ouro Preto foi o centro simbólico da Inconfidência Mineira, uma conspiração de 1789 inspirada pelos ideais do Iluminismo que buscava autonomia provincial em relação ao domínio português, embora tenha sido finalmente suprimida. [4] Seu conjunto excepcional de estruturas cívicas, religiosas e relacionadas à mineração, incluindo obras-primas do escultor Aleijadinho, lhe rendeu o título de Patrimônio Mundial da UNESCO em 1980, sendo reconhecido como um dos assentamentos coloniais mais bem preservados do Novo Mundo. [1] [5] Hoje, o município mantém uma economia voltada para o turismo, além de abrigar a Universidade Federal de Ouro Preto, preservando seu legado como um testemunho da dinâmica causal entre extração de recursos, exploração imperial e fusão cultural no Brasil colonial. [6]

História

Fundação e primeiros assentamentos (décadas de 1690 a 1710)

O povoamento inicial da área que se tornou Ouro Preto teve origem na descoberta de depósitos aluviais de ouro no início da década de 1690 por bandeirantes , expedições portuguesas e mamelucas originárias de São Paulo que exploraram o interior do Brasil em busca de minerais e cativos indígenas. Esses garimpeiros identificaram ouro em riachos ao longo da Serra do Espinhaço, particularmente em regiões habitadas por grupos indígenas como os Cataguases, provocando um rápido influxo de mineiros e trabalhadores, apesar das proibições da Coroa Portuguesa a empreendimentos não autorizados no interior. [7] [5]

Entre as principais descobertas iniciais, destacam-se as relatadas por Antônio Rodrigues Arzão por volta de 1693 no sertão de Minas Gerais, seguidas pelas descobertas de Manuel Borba Gato no Rio das Velhas em 1695, que intensificaram a migração de áreas costeiras como Bahia e Rio de Janeiro. Essa corrida do ouro transformou territórios indígenas pouco povoados em acampamentos de mineração, com assentamentos rudimentares se formando ao redor de locais de alto rendimento; no final da década de 1690, a população havia crescido para milhares, sustentada por mão de obra africana escravizada, importada por comerciantes portugueses para trabalhar nos depósitos aluviais. [8] [9]

Em 1698, o principal acampamento de mineração foi formalizado como Vila Rica ("Vila Rica"), servindo como um centro administrativo para a extração de ouro sob a supervisão da Coroa, embora a fiscalização fosse frouxa em meio ao boom. A infraestrutura inicial do assentamento consistia em estruturas básicas de madeira e trilhas adaptadas ao terreno íngreme, com a governança inicialmente conduzida por capitães-do-mato locais e conselhos provisórios, em vez de uma burocracia formal. Em 1711, Vila Rica alcançou o status de município por meio de carta régia, refletindo sua primazia econômica e o estabelecimento de igrejas e mercados para estabilizar a comunidade mineira transitória. [9] [10]

A Era da Corrida do Ouro e a Prosperidade Colonial (décadas de 1720 a 1780)

Em 1720, Vila Rica — mais tarde renomeada Ouro Preto — tornou-se a capital da recém-criada Capitania de Minas Gerais, consolidando seu papel como epicentro das operações de mineração de ouro colonial portuguesa no Brasil. [11] Nas décadas anteriores, bandeirantes exploradores haviam descoberto depósitos aluviais de ouro na Serra do Espinhaço, mas a década de 1720 marcou um aumento na extração sistemática, com garimpeiros inundando a região, atraídos por relatos de veios ricos. [12] Essa era representou a "era de ouro" do Brasil, com Minas Gerais respondendo pela maior parte da produção de ouro da colônia, que totalizou aproximadamente 550 toneladas ao longo do século XVIII, grande parte durante o pico em meados de 1700, antes de um declínio gradual até 1780. [13] [14]

A economia mineira dependia fortemente do trabalho escravo africano, com as importações atingindo o pico em resposta à demanda por mão de obra; registros indicam que milhares de escravos eram transportados anualmente para Minas Gerais no início e meados do século XVIII para trabalhar em operações rudimentares de mineração de aluvião, utilizando bateias e canais. [15] [16] O crescimento populacional foi explosivo, transformando Vila Rica de um aglomerado de acampamentos rudimentares em um movimentado centro urbano; estimativas sugerem que a área metropolitana chegou a ter mais de 100.000 habitantes no final do século XVIII, superando cidades norte-americanas contemporâneas como Nova York. [17] Esse influxo incluía administradores portugueses, mineiros livres, comerciantes e artesãos, fomentando uma sociedade colonial diversificada e estratificada pela riqueza proveniente das jazidas de ouro. [18]

A prosperidade proveniente das receitas do ouro, deduzidas o quinto real (um quinto do imposto remetido a Portugal), financiou infraestruturas e mecenato cultural, incluindo o estabelecimento de casas da moeda em Vila Rica para cunhar ouro em pó em barras e moeda corrente. [19] [20] A atividade económica estendeu-se para além da extração, apoiando indústrias como a fabricação de ferramentas e as cadeias de abastecimento alimentar, enquanto o excesso de riqueza impulsionou a construção de igrejas barrocas suntuosas e edifícios públicos, emblemáticos da opulência da época, apesar das tensões fiscais subjacentes decorrentes das exigências da coroa. [21] Contudo, na década de 1780, a sobre-exploração dos depósitos superficiais sinalizou o início do declínio, embora a fortuna acumulada tivesse moldado indelévelmente a paisagem arquitetónica e social de Vila Rica. [1]

Inconfidência Mineira e agitação política (1789)

A Inconfidência Mineira , uma conspiração separatista fracassada contra o domínio colonial português, desenrolou-se em Minas Gerais em 1789, tendo Ouro Preto — então Vila Rica — como epicentro devido à concentração de conspiradores de elite e funções administrativas na região. [1] Planejada principalmente por intelectuais, poetas e militares locais, sob a influência do Iluminismo da Revolução Americana de 1776 e da Revolução Francesa concomitante, o movimento buscava explorar as queixas econômicas em prol da independência. [22] Entre os principais participantes estavam Tomás Antônio Gonzaga, magistrado e poeta residente em Ouro Preto, Cláudio Manuel da Costa, outra figura literária local, e Joaquim José da Silva Xavier, conhecido como Tiradentes, um oficial militar que viajava entre o Rio de Janeiro e Minas Gerais para angariar apoio. [23]

As pressões econômicas constituíram o principal catalisador: a produção de ouro havia despencado desde a década de 1750, mas Portugal impôs quotas fixas por meio do quinto (imposto de um quinto sobre a produção) e da capitação (taxas per capita), acumulando um déficit provincial de aproximadamente 538 arrobas de ouro em 1788. [24] O governador colonial, Visconde de Barbacena, ordenou a derrama — uma cobrança coercitiva para recuperar os atrasos — com execução prevista para abril de 1789, o que levou conspiradores a planejar uma revolta programada para coincidir com os motins de cobrança de impostos, com o objetivo de proclamar uma república, abolir o dízimo, transferir a capital para São João del-Rei ou Ouro Preto e fomentar a manufatura local, como a produção de algodão e ferro. [22] [25]

O complô foi desmantelado no início de 1789 por meio da traição do empreiteiro Joaquim Silvério dos Reis, que revelou detalhes às autoridades em 15 de fevereiro para garantir a isenção de suas próprias dívidas de derramamento , levando a prisões preventivas a partir daquele mês e impedindo qualquer ação armada. [26] Mais de 80 suspeitos foram detidos em Minas Gerais, muitos deles nas prisões de Ouro Preto, fomentando uma atmosfera de repressão política e interrogatórios que expuseram divisões entre as elites, mas não resultaram em execuções até 1792. [25] Essa repressão sufocou a agitação imediata, reforçando o controle português e, ao mesmo tempo, destacando sentimentos separatistas latentes que reverberaram em futuros esforços de independência. [22]

Declínio, Independência e Renascimento (séculos XIX e XX)

O esgotamento dos depósitos de ouro, que impulsionaram a prosperidade de Ouro Preto, acelerou-se no início do século XIX, levando a uma forte recessão econômica e ao declínio populacional de aproximadamente 78.618 habitantes em 1776 para uma fração desse número em meados do século. [27] [28] Esse esgotamento, combinado com a mudança para a mineração industrial em outras partes do Brasil, causou uma estagnação generalizada, já que a produção de mineração caiu drasticamente e atividades econômicas alternativas não se materializaram. [13] O isolamento da cidade, exacerbado por sua topografia íngreme e infraestrutura de transporte precária, consolidou ainda mais esse declínio, reduzindo sua influência regional e, inadvertidamente, preservando sua arquitetura colonial de uma modernização extensiva. [1]

Após a declaração de independência do Brasil em relação a Portugal, em 7 de setembro de 1822, Ouro Preto manteve sua importância política como capital da província de Minas Gerais, formalmente designada como tal em 1823 e elevada à condição de Cidade Imperial pelo Imperador Pedro I. [29] No entanto, desafios logísticos persistentes — incluindo estradas estreitas e sinuosas, inadequadas para as crescentes necessidades administrativas — culminaram na transferência da capital do estado para a recém-planejada cidade de Belo Horizonte, em 12 de dezembro de 1897, marcando o fim definitivo da primazia administrativa de Ouro Preto e acelerando sua marginalização. [10] [30]

No século XX, Ouro Preto vivenciou um renascimento cultural e econômico centrado na preservação do patrimônio, a começar por sua designação como monumento nacional pela Lei Federal nº 22.928, em julho de 1933, que iniciou a proteção sistemática de seus conjuntos barrocos. [27] A criação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), em 1937, formalizou os esforços contínuos de conservação, aproveitando a estagnação da cidade para manter a integridade arquitetônica e fomentar a redescoberta por meio do interesse acadêmico e artístico a partir da década de 1920. [31] Em meados do século, restaurações lideradas pelo governo transformaram Ouro Preto em um polo turístico, com o setor contribuindo com até 10,4% do PIB local em 2002 e impulsionando a recuperação populacional para níveis que superaram os baixos patamares do século XIX, à medida que os visitantes eram atraídos por seu legado mineiro e igrejas monumentais. [32] [33] [28]

Desenvolvimentos e infraestrutura modernos (década de 2000 até o presente)

Na década de 2000, Ouro Preto priorizou a preservação do patrimônio para combater as pressões do turismo e os riscos ambientais. O Instituto Nacional do Patrimônio Histórico e Artístico (IPHAN) promulgou, em 2010, regulamentações que exigem que novas construções se alinhem ao contexto urbano colonial, restringindo, assim, alterações modernas no núcleo tombado pela UNESCO. [1] Essas medidas abordaram preocupações anteriores com deslizamentos de terra e crescimento desordenado, dando continuidade a restaurações anteriores e, ao mesmo tempo, estabelecendo critérios para intervenções que visam manter a integridade do sítio. [34] As iniciativas de preservação integraram ferramentas digitais, incluindo o projeto "Ouro Preto Forever", de 2024, que utiliza escaneamento a laser, fotogrametria e dados geoespaciais para criar modelos 3D detalhados para monitoramento e conservação contínuos. [35]

O turismo emergiu como um motor económico dominante, representando 10,4% do PIB local em 2002 e 21,8% das receitas fiscais em 2004, com um crescimento sustentado que financiou infraestruturas adaptáveis ​​sem erodir o carácter histórico. [36] A expansão deste setor exigiu um planeamento urbano equilibrado, priorizando empreendimentos de baixo impacto, como visitas virtuais ao património, para promover a acessibilidade, minimizando simultaneamente o impacto físico nos monumentos históricos. [37]

A infraestrutura rodoviária avançou por meio de parcerias público-privadas lideradas pelo Estado, exemplificadas pelo leilão, em setembro de 2025, da concessão do Lote Ouro Preto–Mariana, um contrato de 30 anos que abrange 187,3 km nas rodovias BR-356, MG-262 e MG-353, para duplicação completa, adição de faixas e melhorias de segurança, visando aprimorar a conectividade regional e apoiar o fluxo de visitantes e da mineração. [38] [39] Simultaneamente, a revitalização da mineração impulsionou a infraestrutura industrial, com a Vale inaugurando a mina de minério de ferro Capanema em Ouro Preto, em setembro de 2025, injetando investimentos em instalações de extração locais em meio à expansão mineral mais ampla em Minas Gerais. [40] Esses esforços refletem uma integração pragmática das exigências de preservação com as necessidades econômicas, embora as empresas de mineração tenham sido criticadas por priorizar a manutenção arquitetônica em detrimento das necessidades das comunidades afetadas. [41]

Geografia e Meio Ambiente

Localização e Topografia

Ouro Preto situa-se na porção centro-sul do estado de Minas Gerais, sudeste do Brasil, nas coordenadas 20°23′S 43°30′W. [42] O município ocupa uma área de terreno acidentado dentro da Serra do Espinhaço, parte da Serra do Espinhaço, que se estende por Minas Gerais e Bahia. [43] O centro da cidade está localizado a uma altitude de aproximadamente 1.180 metros acima do nível do mar, com altitudes circundantes variando de 1.000 a 1.700 metros. [44] [45] Topograficamente, Ouro Preto apresenta colinas íngremes, vales profundos e escarpas formadas por quartzito pré-cambriano e outras rochas resistentes, criando uma paisagem dissecada de cristas afiadas e ravinas estreitas. [43] Essa morfologia montanhosa, com declives que frequentemente excedem 20%, dita o traçado urbano irregular, onde as ruas da era colonial seguem as curvas de nível e sobem encostas íngremes. [46] O perfil de elevação do terreno contribui para as variações microclimáticas e influenciou historicamente os padrões de assentamento em torno de cursos de água naturais e locais de mineração. [44]

Padrões climáticos e meteorológicos

Ouro Preto apresenta um clima subtropical de altitude classificado como Cwb no sistema de Köppen, caracterizado por temperaturas amenas durante todo o ano, moderadas pela sua altitude de aproximadamente 1.143 metros acima do nível do mar, com um verão pronunciadamente chuvoso e um inverno seco. [47] [48] A temperatura média anual situa-se em 18,4 °C, refletindo a influência das terras altas da região, que impede os extremos típicos das terras baixas tropicais do Brasil. [47]

As temperaturas normalmente variam de mínimas diárias de 10 °C durante a estação fria (maio a agosto) a máximas de 26–27 °C nos meses mais quentes (janeiro a março), com raras excursões abaixo de 7 °C ou acima de 29 °C. [49] Fevereiro representa o pico de calor, com médias de máximas de 26 °C e mínimas de 17 °C, enquanto julho traz as condições mais frias, com médias de máximas em torno de 21 °C e mínimas próximas de 10 °C. [49] A topografia acidentada contribui para variações microclimáticas, incluindo nevoeiro matinal frequente e aguaceiros vespertinos durante o período chuvoso, aumentando os níveis de humidade que atingem uma média de 70–80% anualmente. [50]

A precipitação média anual é de 1.804 mm, concentrando-se principalmente no verão austral, de outubro a março, quando os totais mensais podem ultrapassar 300 mm, impulsionados por tempestades convectivas e pela Zona de Convergência do Atlântico Sul. [47] Em contraste, o inverno seco (de junho a agosto) apresenta precipitação reduzida, inferior a 50 mm por mês, levando ocasionalmente a condições de seca que aumentam os riscos de incêndios florestais na vegetação circundante. [47] Eventos de chuva intensa na estação chuvosa têm historicamente desencadeado deslizamentos de terra no terreno íngreme, sublinhando a interação entre os padrões de precipitação e a geologia local. [50]

Geologia, legado da mineração e riscos ambientais

Ouro Preto está situada no Quadrilátero Ferrífero, uma província de cinturão de rochas verdes arqueanas de aproximadamente 7.000 km² no sul de Minas Gerais, Brasil, conhecida por seus depósitos de ouro orogênicos hospedados no Supergrupo Rio das Velhas. Esses depósitos ocorrem principalmente como veios de quartzo-carbonato e preenchimentos de zonas de cisalhamento dentro de sequências metavulcânicas e metassedimentares do Grupo Nova Lima, frequentemente associados a formações ferríferas bandadas (BIFs) e sulfetos como pirita e arsenopirita. [51] [52] A geologia regional reflete a deformação polifásica no cráton pré-cambriano de São Francisco, com mineralização de ouro ligada a fluidos hidrotermais durante o Neoarqueano, remobilizados por meio de eventos proterozoicos posteriores. [53] [54]

O legado da mineração em Ouro Preto remonta à descoberta de ouro aluvial no final do século XVII, culminando na principal corrida do ouro do Brasil no século XVIII, que posicionou a cidade — então Vila Rica — como o epicentro colonial da extração. A produção histórica de veios e depósitos aluviais de Minas Gerais contribuiu substancialmente para a produção estimada do Brasil de cerca de 1.000 toneladas de ouro entre 1690 e 1800, com os distritos de Ouro Preto produzindo minérios de alta qualidade com teor médio de 20 a 50 g/t Au antes que os depósitos rasos se esgotassem na década de 1750. [13] [55] Métodos artesanais e semimecanizados, incluindo a amalgamação com mercúrio, dominaram as operações, deixando extensas redes de poços, galerias e rejeitos que impulsionaram os booms econômicos, mas esgotaram os recursos, levando a mudanças para mineração mais profunda e eventual declínio. Remanescentes como a mina Minas da Passagem persistem como pontos turísticos, ressaltando a marca infraestrutural duradoura. [56]

Persistem riscos ambientais decorrentes desse legado, incluindo perigos físicos provenientes de poços abandonados instáveis ​​e trabalhos próximos a áreas urbanas que colocam em risco a segurança pública em um sítio da UNESCO densamente povoado. A contaminação por rejeitos ricos em arsênio e sulfetos elevou os níveis de contaminação do solo e dos sedimentos, com estudos documentando a lixiviação contínua em drenagens locais e os riscos de drenagem ácida de minas, que mobiliza metais pesados ​​como As, Pb e Hg para os cursos d'água. [57] [58] O uso histórico de mercúrio exacerba as preocupações com a bioacumulação, enquanto a erosão impulsionada pelo clima amplifica a remobilização, como evidenciado por estruturas que classificam sítios abandonados de alto risco em Minas Gerais quanto às prioridades de remediação. [59] [60] Essas questões destacam a tensão entre a preservação do patrimônio e as externalidades extrativas desenfreadas em um terreno topograficamente íngreme e hidrologicamente ativo. [61]

Demografia e Sociedade

Estatísticas e tendências populacionais

De acordo com o censo de 2022 realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o município de Ouro Preto tem uma população total de 74.821 habitantes. [62] Este número reflete uma densidade populacional de 60,06 habitantes por quilômetro quadrado na área do município de aproximadamente 1.246 quilômetros quadrados. [62]

Os dados históricos do censo indicam um crescimento constante, mas modesto, nas últimas décadas. O censo do IBGE de 2010 registrou 70.281 residentes, marcando um aumento em relação aos 66.277 em 2000. [63] O crescimento de 2010 a 2022 foi de 6,46%, correspondendo a uma taxa média anual de cerca de 0,52%. [64]

Ano do Censo População

2000 66.277 [63]

2010 70.281 [63]

2022 74.821 [62]

Em 2010, aproximadamente 87% da população vivia em áreas urbanas, com 61.120 residentes urbanos em comparação com 9.161 em distritos rurais. [63] Estimativas recentes projetam uma expansão lenta contínua, atingindo 77.914 em 2025, impulsionada em parte por instituições educacionais e turismo, mas limitada por desafios topográficos e regulamentações de preservação do patrimônio. [62]

Desenvolvimento urbano e habitação

O desenvolvimento urbano de Ouro Preto começou no final do século XVII, após as descobertas de ouro. O povoado foi oficialmente fundado como Vila Rica em 8 de abril de 1711, embora as atividades de mineração tenham começado por volta de 1698. O traçado da cidade adaptou-se ao terreno acidentado de colinas e vales íngremes da Serra do Espinhaço, resultando em uma malha viária irregular, agrupada em torno dos locais de extração, em vez de um projeto ortogonal planejado. [1] Essa expansão da era colonial criou um núcleo histórico compacto, com mais de 600 edifícios preservados que exemplificam o urbanismo barroco, impulsionado pelo influxo de riqueza que atingiu o pico em meados do século XVIII, quando a população chegou a aproximadamente 100.000 habitantes. [5] O declínio pós-corrida do ouro no início do século XIX levou à estagnação, limitando o crescimento da infraestrutura até que o renascimento do turismo no século XX e a criação da Universidade Federal de Ouro Preto em 1969 estimularam uma modesta expansão periférica. [69]

A designação como Patrimônio Mundial da UNESCO em 1980 impôs regulamentações rigorosas de preservação ao núcleo urbano, proibindo demolições e grandes alterações para salvaguardar o conjunto arquitetônico colonial, o que restringiu o desenvolvimento vertical e horizontal na área central em meio às pressões populacionais contínuas do turismo e da educação. [1] Essas políticas, reforçadas pelo status de monumento federal desde 1933, priorizam a integridade do patrimônio em detrimento da urbanização descontrolada, levando a conflitos em que os moradores locais enfrentam restrições às modificações de suas propriedades para melhorias habitacionais; por exemplo, projetos de estabilização e restauração de encostas abordaram instabilidades geológicas, mas não resolveram completamente os limites de expansão. [34] O crescimento urbano, portanto, deslocou-se para a periferia, onde sítios arqueológicos de mineração não regulamentados foram inicialmente invadidos, levando a intervenções posteriores para mitigar os riscos de poços abandonados e subsidência. [57] A revisão de 2024 do Plano Diretor municipal visa equilibrar essas tensões por meio de diretrizes participativas para zoneamento e infraestrutura sustentáveis. [70]

A habitação em Ouro Preto reflete essas restrições de preservação, com o centro histórico apresentando residências coloniais densas e de vários andares, muitas vezes reaproveitadas para o turismo, contribuindo para preços de aluguel elevados influenciados por externalidades da mineração e aluguéis de temporada de curta duração com média de US$ 52 por dia em dados de 2023. [71] As áreas periféricas abrigam migrantes de baixa renda em busca de melhores condições, levando a assentamentos informais e a um déficit habitacional municipal abordado por meio de programas como o subsídio Bolsa Moradia e a regularização imobiliária Reurb, que entregou títulos de propriedade aos moradores em 2023. [72] A Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação supervisiona essas iniciativas, incluindo avaliações técnicas de habitabilidade em meio a desafios topográficos e riscos ambientais de antigas minas, que somam 148 locais abandonados documentados, representando riscos de desabamento para as residências próximas. [73] Estudos indicam que as atividades de mineração exacerbam as pressões do mercado de aluguel por meio da poluição e das vibrações, embora a quantificação varie de acordo com a proximidade das operações. [74] No geral, as políticas habitacionais enfatizam a integração com os objetivos patrimoniais, favorecendo a reabilitação em detrimento da construção de novas estruturas para manter a integridade da cidade reconhecida pela UNESCO, ao mesmo tempo que acomodam uma população de cerca de 72.000 habitantes, segundo estimativas de 2022. [75]

Turismo, Educação e Setores de Serviços

O turismo constitui um dos principais motores econômicos de Ouro Preto, atraindo aproximadamente 1,5 milhão de visitantes anualmente, atraídos principalmente por sua arquitetura colonial, igrejas barrocas e sítios históricos da mineração, designados como Patrimônio Mundial da UNESCO desde 1980. [84] [1] Esse fluxo sustenta indústrias auxiliares, como a hotelaria, com taxas de ocupação hoteleira atingindo 90% durante eventos de pico como Corpus Christi em 2025, gerando empregos em hospedagem, alimentação e passeios guiados. [85] Análises econômicas indicam os efeitos multiplicadores do turismo, incluindo até 10,4% do PIB local em avaliações anteriores e contribuições substanciais para a receita tributária, embora as participações recentes precisas estejam integradas em atividades de serviços mais amplas em meio ao domínio da mineração. [36]

O setor educacional, ancorado pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), fortalece a economia por meio do consumo impulsionado pelos estudantes e dos investimentos institucionais. Os campi da UFOP abrigam milhares de estudantes, muitos deles não locais, que gastam em média pelo menos R$ 670 mensais com moradia, alimentação e serviços locais, gerando um efeito de quase triplicação no produto e na renda regional por real investido pela universidade. [86] [87] Essa atividade fomenta a demanda no varejo, no setor imobiliário e no transporte, contribuindo para a diversificação econômica, visto que as expansões das universidades federais historicamente amplificaram os gastos públicos e os multiplicadores locais em todo o Brasil.

Os setores de serviços, que abrangem comércio, transporte e atividades profissionais, sustentam a resiliência econômica de Ouro Preto, com recentes esforços de diversificação resultando em um aumento de 154% no PIB em relação aos níveis de 2020, atingindo aproximadamente R$ 9,5 bilhões em 2021. [88] [89] Os serviços, incluindo hotelaria e varejo ligados ao turismo, expandiram-se juntamente com a mineração, contribuindo para um PIB per capita de R$ 127.232 em 2021 e gerando empregos em um município onde a indústria detém 69,8% do valor agregado, mas os serviços proporcionam maior estabilidade. [62] [90] Índices locais monitoram mensalmente o desempenho do setor de serviços, destacando seu papel no combate à volatilidade da mineração por meio do empreendedorismo e da logística. [91]


Patrimônio Cultural e Arquitetura

Arquitetura barroca e planejamento urbano

A arquitetura barroca de Ouro Preto, conhecida como Barroco Mineiro , surgiu no século XVIII em meio à corrida do ouro que transformou o povoado no centro colonial mais rico do Brasil. Esse estilo apresenta fachadas curvilíneas, entalhes intrincados em pedra-sabão e uma integração dinâmica de escultura, douramento e pintura, adaptando o barroco português aos recursos locais e à ênfase da Igreja Católica na grandiosidade. [1] As estruturas utilizam pedra de gnaisse para garantir durabilidade em terrenos íngremes, com portais ornamentados, colunas torcidas e frontões ondulados que simbolizam a opulência financiada pela riqueza da mineração. [1]

O traçado urbano desenvolveu-se organicamente a partir de acampamentos mineiros do final do século XVII, rejeitando os planos ortogonais europeus em favor da adaptação à topografia acidentada dos vales e colinas de Vila Rica. As ruas serpenteiam irregularmente ao longo das curvas de nível, formando vielas estreitas de paralelepípedos com lotes em terraços, apresentando fachadas curtas e profundidades alongadas para maximizar o espaço nas encostas. [108] [109] Isso resultou em um conjunto compacto de mais de 600 edifícios coloniais preservados no século XIX, incluindo praças cívicas como a Praça Tiradentes e edifícios religiosos agrupados que dominam a paisagem urbana. [1]

A preservação desse tecido urbano decorre do declínio da cidade após a corrida do ouro, na década de 1820, o que limitou a expansão moderna até as proteções federais em 1938 e a inscrição na UNESCO em 1980. A irregularidade do traçado realça o impacto visual, com elevações que acompanham as encostas e pontes que cruzam ravinas, refletindo respostas pragmáticas ao terreno em vez de uma simetria imposta. [1] Nenhum complexo monástico foi construído devido a um decreto da Coroa Portuguesa de 1757 que os restringia, priorizando estruturas laicas e paroquiais. [1] Esse conjunto testemunha a fusão, no Brasil do século XVIII, de prosperidade econômica, inovação artística e restrições ambientais. [1]

Principais Monumentos Religiosos e Cívicos

Os monumentos religiosos e cívicos de Ouro Preto, principalmente do século XVIII, incorporam os estilos barroco e rococó da era colonial portuguesa, financiados pela extração de ouro e servindo a propósitos tanto devocionais quanto administrativos. Essas estruturas, concentradas no centro histórico, destacam o papel da cidade como capital de Minas Gerais durante o auge da exploração de ouro na era colonial. [1]

Entre os monumentos religiosos, a Basílica de Nossa Senhora do Pilar destaca-se pelo seu interior opulento, folheado com aproximadamente 400 quilos de folha de ouro nos altares e decorações, cuja construção se estendeu de 1711 a 1733. [110] [111] A Igreja de São Francisco de Assis, erguida entre 1766 e 1772 sob a direção do arquiteto e escultor Antônio Francisco Lisboa (Aleijadinho), apresenta uma fachada curva e estátuas de pedra-sabão que exemplificam a inovação rococó adaptada aos materiais locais. [112] A Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Negros, construída a partir de 1764 por uma irmandade leiga de africanos escravizados e libertos, substituiu uma capela anterior de 1716 e incorpora elementos de influência africana em sua iconografia e construção. [113]

Entre os monumentos cívicos, destaca-se o Palácio dos Governadores, construído na década de 1740 no local da antiga casa da moeda real, por ordem do governador Gomes Freire de Andrade, que mais tarde se tornou a sede da Escola de Minas em 1876. [114] A Casa da Câmara Municipal e Cadeia, construída entre 1784 e 1855, funcionava originalmente como repartição municipal e prisão; atualmente, abriga o Museu da Inconfidência, com exposições sobre a conspiração independentista de 1789 liderada por Tiradentes. [115] Esses edifícios ressaltam a interação entre o poder eclesiástico e a governança colonial na formação do tecido urbano de Ouro Preto. [1]

Contribuições Artísticas, Incluindo Aleijadinho

O legado artístico de Ouro Preto surgiu no século XVIII em meio à corrida do ouro colonial portuguesa, que financiou elaboradas obras de arte religiosa, mesclando os estilos barroco e rococó europeus com elementos locais brasileiros, incluindo influências indígenas e africanas evidentes nos motivos e técnicas. [1] Este período viu a produção de entalhes em madeira intrincados, altares dourados e esculturas em pedra-sabão, encomendados principalmente por irmandades católicas para igrejas que serviam como centros de devoção e status social. [116]

Antônio Francisco Lisboa, conhecido como Aleijadinho (1730–1814), destaca-se como o artista preeminente desta época, um escultor e arquiteto mulato nascido em Ouro Preto, filho do arquiteto português Manuel Francisco Lisboa e de uma mulher de ascendência africana. [117] Apesar das deformidades físicas progressivas — possivelmente decorrentes de lepra ou esclerodermia — que o deixaram dependente de assistentes e próteses nos últimos anos de vida, ele produziu obras monumentais que demonstram domínio da forma, da emoção e dos detalhes anatômicos. [118] Sua obra, executada principalmente em Ouro Preto entre as décadas de 1760 e 1800, inclui mais de 100 esculturas documentadas e diversos projetos de igrejas, enfatizando poses dinâmicas e rostos expressivos que infundem vitalidade à rigidez colonial. [119]

A contribuição mais célebre de Aleijadinho em Ouro Preto é a Igreja de São Francisco de Assis, projetada e parcialmente construída entre 1765 e 1774, que apresenta suas esculturas em pedra-sabão na fachada, representando São Francisco e São Bento, juntamente com medalhões em relevo com temas franciscanos. [116] Ele também esculpiu retábulos e estátuas de madeira para o interior da igreja, como a imagem de São Francisco, combinando inovação arquitetônica — como frontões curvos e linhas onduladas — com realismo escultural que antecipa o Neoclassicismo. [120] Outras obras incluem esculturas para as igrejas de Nossa Senhora do Carmo e Nossa Senhora do Pilar, onde suas contribuições para púlpitos e altares exibem um trabalho primoroso de cinzel em cedro e pedra-sabão. [121]

Complementando a escultura de Aleijadinho, o pintor Manuel da Costa Ataíde (1762–1830), conhecido como Mestre Ataíde, forneceu afrescos para o teto e pinturas de retábulos para São Francisco de Assis, empregando técnicas de trompe-l'œil e azuis vibrantes derivados de pigmentos locais para criar profundidades ilusórias. [1] Sua colaboração exemplifica as oficinas interdisciplinares de Minas Gerais, onde a aplicação de folha de ouro — em camadas de até 20 mícrons de espessura — realçava as esculturas em madeira de artesãos como Francisco Xavier de Brito, produzindo interiores opulentos que refletiam a prosperidade econômica da época. [122] Essas contribuições, preservadas em meio à topografia acidentada da cidade, ressaltam o papel de Ouro Preto como um berço da arte colonial brasileira singular, distinta dos modelos metropolitanos portugueses devido às limitações de recursos e à hibridez cultural. [116]

Locais e atrações

Museus e exposições históricas

Ouro Preto abriga diversos museus que preservam artefatos e documentos de sua era colonial de mineração de ouro e dos primeiros movimentos de independência, oferecendo perspectivas sobre a sociedade, a economia e a dissidência política brasileiras do século XVIII. Essas instituições, muitas vezes instaladas em prédios de época, apresentam exposições sobre a conspiração da Inconfidência Mineira de 1789, tecnologias de mineração e administração fiscal. [1]

O Museu da Inconfidência, fundado em 1938 numa antiga cadeia municipal construída em 1784 e reconstruída em 1854, centra-se na fracassada rebelião da Inconfidência Mineira contra o domínio português. Seu acervo inclui documentos originais da conspiração, instrumentos de tortura usados ​​nos participantes, o túmulo do líder executado Joaquim José da Silva Xavier (Tiradentes) e obras religiosas dos escultores Aleijadinho e do pintor Manuel da Costa Ataíde. [123] [124]

A Casa dos Contos, construída entre 1782 e 1784 como residência e tesouraria do administrador fiscal João Rodrigues de Macedo, funciona hoje como museu dedicado à história económica do ciclo do ouro. As exposições abrangem a produção de moeda colonial, os processos de cunhagem e o papel do edifício como prisão temporária durante os eventos da Inconfidência, juntamente com mostras sobre o impacto da escravatura nas operações mineiras. [125] [126]

O Museu de Ciência e Técnica da Escola de Minas, localizado no antigo Palácio do Governador e fundado no final do século XIX, abriga mais de 20.000 amostras de minerais, ferramentas antigas de mineração, instrumentos científicos e pedras preciosas que ilustram os fundamentos tecnológicos e geológicos da corrida do ouro em Ouro Preto. Exposições interativas destacam os métodos históricos de extração e os recursos naturais de Minas Gerais. [106] [127] "FECHADO"

O Museu do Oratório, inaugurado em 1998 numa casa histórica adjacente à Igreja de Nossa Senhora do Carmo, exibe 162 altares portáteis (oratórios) e 300 imagens sacras que abrangem os séculos XVII a XX, refletindo as práticas devocionais barrocas entre as elites coloniais e a fusão da arte europeia e local. [128]

Áreas de mineração e túneis subterrâneos

Os sítios de mineração de Ouro Preto preservam o legado do Ciclo do Ouro brasileiro, que começou com descobertas no final do século XVII e atingiu o auge no século XVIII, atraindo trabalhadores africanos escravizados para escavar veios de quartzo ricos em ouro na Serra do Espinhaço. [17] Essas operações dependiam de técnicas manuais, incluindo perfuração manual e detonação com pólvora, produzindo uma estimativa de 800 a 1.000 toneladas de ouro da região de Minas Gerais entre 1700 e 1800, grande parte proveniente de sítios ao redor de Ouro Preto. [2] Túneis subterrâneos, muitas vezes estreitos e com centenas de metros de extensão, facilitavam a extração do minério, mas representavam riscos severos, incluindo desabamentos e inundações, contribuindo para altas taxas de mortalidade entre os trabalhadores. [129]

A Mina da Passagem, localizada a meio caminho entre Ouro Preto e Mariana, exemplifica a extração colonial em grande escala; fundada por colonos portugueses em 1719, funcionou até 1985 e produziu depósitos significativos de ouro antes de as inundações interromperem as atividades. [130] Os visitantes descem 120 metros em carrinhos de madeira para explorar galerias e túneis iluminados, onde lagos subterrâneos formados pela infiltração de água subterrânea refletem a história geológica da mina, com visitas guiadas que destacam a escala das operações do século XVIII que empregavam centenas de mineiros. [131] [132]

Dentro de Ouro Preto propriamente dito, a Mina do Chico Rei apresenta uma rede de túneis claustrofóbicos acessíveis por meio de visitas autoguiadas, onde os visitantes podem examinar cavidades nas paredes outrora utilizadas para o processamento de minério e aprender sobre o papel do local no financiamento de movimentos de independência locais através do contrabando de ouro na década de 1780. [133] Da mesma forma, a Mina de Ouro Jeje, em funcionamento desde 1714, oferece caminhadas guiadas por um túnel de 50 metros escavado à mão por trabalho escravo, ilustrando os primeiros métodos de extração e as condições socioeconômicas da época, incluindo o uso de passagens do tamanho de crianças para veios estreitos. [17] [134]

Sob a superfície barroca da cidade, encontra-se uma rede interligada de túneis de drenagem e acesso de várias minas, alguns com até 500 metros de extensão e ligando estruturas históricas, embora muitos permaneçam inexplorados devido à instabilidade e aos riscos de inundação. [135] [129] Sítios como a Mina Santa Rita expõem passagens brutas, escavadas manualmente, que evidenciam as condições brutais de trabalho, com visitas guiadas que enfatizam a transição da mineração de aluvião para as operações em veios profundos em meados do século XVIII. [136] Os esforços modernos de preservação limitam o acesso para garantir a segurança, enquanto levantamentos geológicos confirmam as ameaças contínuas de subsidência provenientes dessas cavidades. [137]

Festivais e eventos anuais

Ouro Preto acolhe vários festivais anuais enraizados na sua herança colonial católica, na história mineira e nas expressões culturais contemporâneas, atraindo visitantes para procissões religiosas, música e apresentações teatrais. Estes eventos frequentemente misturam tradições da era barroca com influências afro-brasileiras e indígenas, particularmente através de confrarias como a Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, que organizam danças e festas congadas. [138] [139]

O Carnaval de Ouro Preto, realizado em fevereiro ou março, dependendo do calendário lunar, apresenta desfiles liderados por estudantes e organizados por repúblicas — residências universitárias que se transformam em espaços de festa a céu aberto com música ao vivo, blocos e folia com fantasias. Ao contrário do espetáculo do Rio, focado no samba, o Carnaval de Ouro Preto enfatiza encontros de rua mais intimistas e cresceu desde a década de 1970 com os estudantes da Universidade Federal de Ouro Preto, atraindo mais de 100.000 pessoas em anos de maior público. [140] [141]

A Semana Santa ocorre na semana que antecede a Páscoa (normalmente em março ou abril) e está entre as mais antigas e elaboradas do Brasil, com origens que remontam ao século XVIII. Procissões carregam estátuas de madeira em tamanho real de Cristo e santos pelas ruas íngremes da cidade, acompanhadas por música coral em igrejas como a de São Francisco de Assis; a encenação da Via Sacra atrai milhares de pessoas, destacando as 12 igrejas barrocas da cidade como palcos para rituais solenes preservados desde os tempos coloniais portugueses. [138] [142] [143]

O Festival de Inverno de Ouro Preto, realizado anualmente em julho, apresenta música clássica e popular, teatro, dança e cinema em locais históricos, incluindo concertos ao ar livre na Praça Tiradentes. Organizado pelo governo estadual desde 2002, o festival conta com mais de 300 eventos e artistas internacionais, enfatizando o patrimônio acústico da cidade e impulsionando o turismo durante o inverno do Hemisfério Sul. [144] [145]

A Semana da Inconfidência, que comemora a conspiração da Inconfidência Mineira de 1789 contra o domínio português, ocorre por volta de 21 de abril — data da execução do líder Tiradentes — com reconstituições, palestras e fogos de artifício em locais como o Museu da Inconfidência. Este feriado estadual destaca o papel de Ouro Preto como berço dos ideais da independência brasileira, apresentando desfiles e exposições que atraem historiadores e patriotas. [146] [147]

As celebrações da Festa Junina, em junho, incorporam tradições rurais com fogueiras, quadrilhas e comidas à base de milho em diversos distritos, refletindo o folclore sertanejo de Minas Gerais; variantes locais incluem festivais do amendoim em áreas periféricas como Santa Cruz dos Lima. Festas religiosas como a Festa do Rosário, em outubro, apresentam procissões congadas com tambores e bandeiras, em homenagem à devoção dos africanos escravizados em meio ao legado da corrida do ouro na cidade. [148] [146]


Designação pela UNESCO e esforços de restauração

A Cidade Histórica de Ouro Preto foi inscrita na Lista do Patrimônio Mundial da UNESCO em 28 de dezembro de 1980, sob os critérios (i) e (iii), que a reconhecem como uma obra-prima do gênio criativo humano na arquitetura colonial brasileira e como portadora de um testemunho único ou excepcional de uma tradição cultural associada à era da mineração de ouro. [1] Essa designação destacou o traçado urbano barroco intacto do século XVIII e os monumentos eclesiásticos da cidade, decorrentes de seu papel como capital de Minas Gerais durante a corrida do ouro no Brasil. [157]

Antes do reconhecimento da UNESCO, iniciativas de preservação começaram em âmbito nacional; em 1933, sob o governo do presidente Getúlio Vargas, Ouro Preto foi declarado monumento histórico e artístico nacional pelo Decreto nº 22.928, marcando a primeira proteção federal desse tipo para um conjunto urbano brasileiro. [158] Um programa de restauração financiado pelo governo federal, lançado no final da década de 1970, abordou décadas de negligência, concentrando-se em reparos estruturais em edifícios coloniais em meio ao declínio populacional e à decadência urbana pós-esgotamento do ouro. [9] Esses esforços, coordenados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), enfatizaram a reversão da degradação ambiental causada pela subsidência da mineração e pelas construções modernas. [1]

O papel contínuo do IPHAN inclui a emissão, em 2010, de critérios regulamentares para intervenções no âmbito do Quadro Arquitetônico e Urbano, que exigem compatibilidade com a estética barroca e resiliência sísmica, dada a topografia montanhosa do local. [1] Apesar de um plano de gestão para o centro histórico, de 1996 — desenvolvido com o apoio da UNESCO e de bancos federais — a sua implementação ficou paralisada devido a falhas administrativas, o que levou a repetidas preocupações da UNESCO, no início dos anos 2000, relativamente à falta de recursos quanto ao estado de conservação. [159] Os investimentos subsequentes, documentados em relatórios periódicos da UNESCO, sustentaram as restaurações, incluindo projetos específicos como a reabilitação, em 2004, da Capela do Padre Faria, que integrou a análise histórica com técnicas modernas de conservação. [160]

Os esforços contemporâneos incorporam tecnologias digitais; o projeto Ouro Preto Forever 2024 utiliza escaneamento a laser, fotogrametria e mapeamento SIG para inventariar 148 minas subterrâneas e avaliar os riscos de subsidência, permitindo a manutenção preditiva e reduzindo os ciclos de intervenção futuros. [35] Essas iniciativas, financiadas por meio de parcerias público-privadas, destacam uma mudança em direção à preservação orientada por dados em meio às pressões do turismo e às vulnerabilidades climáticas, com o IPHAN priorizando o monitoramento empírico em vez de reparos ad hoc. [161]

Controvérsias: Desenvolvimento versus Preservação, Riscos da Mineração e Desastres Naturais

A tensão entre o desenvolvimento econômico e a preservação histórica em Ouro Preto persiste desde o final do século XX, uma vez que o crescimento populacional e as demandas do turismo entram em conflito com as rígidas normas de preservação do patrimônio. A expansão urbana nas colinas circundantes distorceu a paisagem da cidade, levando a preocupações da UNESCO em 2003 sobre empreendimentos periféricos incompatíveis que ameaçam a integridade do sítio considerado Patrimônio Mundial. Os moradores locais frequentemente enfrentam restrições à modificação de suas propriedades devido às políticas de preservação impostas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), o que gera conflitos entre as necessidades habitacionais e a autenticidade arquitetônica; por exemplo, as restaurações determinadas pelo Estado priorizam a estética colonial em detrimento de adaptações modernas práticas, exacerbando as dificuldades socioeconômicas em uma comunidade dependente do turismo. [159] [69]

As minas de ouro abandonadas do século XVIII representam riscos contínuos à segurança e ao meio ambiente, com mais de 1.000 poços e túneis não documentados sob o tecido urbano, aumentando os riscos de subsidência e desabamentos. Uma avaliação de 2022 identificou minas urbanas abandonadas de alto risco que contribuem para a instabilidade do solo, potencial contaminação da água devido ao uso histórico de mercúrio em processos de amalgamação e ameaças à saúde pública decorrentes de falhas estruturais, particularmente em áreas densamente povoadas. Esses legados da corrida do ouro colonial, que extraiu cerca de 800 toneladas de ouro até 1822, continuam a desafiar as autoridades municipais, uma vez que os esforços de remediação estão atrasados ​​devido ao financiamento limitado e à integração dos remanescentes de minas na paisagem protegida pela UNESCO. [57] [162] [163]

Desastres naturais, principalmente deslizamentos de terra desencadeados por fortes chuvas sazonais em encostas íngremes e enfraquecidas pela mineração, têm danificado repetidamente infraestruturas e estruturas patrimoniais, evidenciando vulnerabilidades exacerbadas tanto pela extração histórica quanto pelas pressões urbanas contemporâneas. Em janeiro de 2022, chuvas torrenciais superiores a 200 mm em 24 horas causaram um deslizamento de terra que demoliu duas mansões do século XIX no centro da cidade, matando pelo menos 12 pessoas em Minas Gerais, incluindo Ouro Preto, e desalojando milhares. Tais eventos, recorrentes no clima tropical da região, com precipitação anual média de 1.500 mm, são agravados pela instabilidade do solo decorrente da mineração passada e de assentamentos informais em encostas, o que leva a apelos por mapeamento de riscos e protocolos de evacuação mais eficazes, em meio a debates sobre se as exigências de preservação impedem soluções de engenharia adaptativa. [164] [165] [166]

Referências

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[2]  https://www.historyhit.com/locations/ouro-preto/

[3]   https://www.citypopulation.de/en/brazil/regiaosudeste/admin/minas_gerais/3146107__ouro_preto/

[4]  https://artsandculture.google.com/story/historic-town-of-ouro-preto-brazil-unesco/pgUhKzLZOMHvKg?hl=en

[5] https://archaeology.org/issues/january-february-2021/off-the-grid/otg-ouro-preto-brazil/

[6] https://www.worldheritagesite.org/list/ouro-preto/

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[8]   https://en.clickpetroleoegas.com.br/a-descoberta-de-ouro-em-minas-gerais-que-revelou-um-tesouro-de-85-da-producao-mundial-desse-seculo-e-transformou-radicalmente-o-brasil-btl96/

[9]   https://www.britannica.com/place/Ouro-Preto

[10]   https://darkwing.uoregon.edu/~sergiok/brasil/ouropreto.html

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[12]   https://portaldamineracao.com.br/en/about-mining/history/

[13]    https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0169136822003134

[14]   https://www.researchgate.net/figure/Gold-production-in-Brazil-during-the-18th-century-The-wealthiest-period-extends-from_fig1_222550142

[15]   https://cultureandhistory.revistas.csic.es/index.php/cultureandhistory/article/view/301/839

[16]   https://www.jstor.org/stable/2119446

[17]   https://latitudeadjustmentblog.com/2023/12/09/ouro-preto-what-to-see-in-brazils-mining-heartland/

[18]   https://www.researchgate.net/publication/373576876_Population_and_Slavery_in_Vila_Rica_de_Ouro_Preto_1712-1770

[19]   https://read.dukeupress.edu/hahr/article/49/3/454/157293/Brazilian-Gold-and-British-Traders-in-the-First

[20]   https://dialnet.unirioja.es/descarga/articulo/2779346.pdf

[21]   https://www.collegeart.org/pdf/artbulletin/Art%2520Bulletin%2520Vol%252021%2520No%25202%2520Smith.pdf

[22]  https://library.brown.edu/create/fivecenturiesofchange/2-4-enlightenment-and-conspiracies/

[23]  https://brasileirinho.blog.br/the-inconfidencia-mineira-brazils-first-independence-movement-2/

[24]  https://www.jstor.org/stable/2508951

[25]  https://red.library.usd.edu/cgi/viewcontent.cgi?article=1057&context=honors-thesis

[26]  http://srv878733.hstgr.cloud/the-inconfidencia-mineira-brazils-first-independence-movement/

[27]  https://www.emerald.com/f/article/29/7-8/339/99799/The-World-Heritage-site-of-Ouro-Preto

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[29]   https://homepages.dcc.ufmg.br/~mariza/CELP/sblp2003/sblp2003_files/ouropreto.htm

[30]   https://www.nytimes.com/1975/02/22/archives/progress-is-besieging-a-manysplendored-old-city-in-brazil.html

[31]   https://www.citymayors.com/culture/ouro_preto.html

[32]    https://judsonlmoore.com/ouro-preto-brazil-travel-guide

[33]  https://www.repositorio.ufop.br/items/e8a63fe2-349d-4958-8c41-af6d8ea92b0b

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[36]  https://www.researchgate.net/publication/277752527_The_Economic_Impacts_of_Tourism_in_Ouro_Preto_MG_Brazil

[37]  https://www.researchgate.net/publication/396192687_Virtual_Tours_in_Ouro_Preto_Brazil_A_Tool_for_Cultural_Heritage_Preservation

[38]  https://valorinternational.globo.com/business/news/2025/07/15/minas-gerais-state-plans-r100bn-infrastructure-push-over-7-years.ghtml

 [39]   https://www.fastinfralabel.org/projects/ppp-lote-ouro-preto---estado-de-minas-gerais

[40]  https://megaproject.com/news/mining/vale-inaugurates-capanema-mine-and-invests-r-67-billion-in-a-new-phase-of-mining-in-minas-gerais

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[48]   https://www.whereandwhen.net/when/south-america/brazil/ouro-preto/

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[56]  https://ui.adsabs.harvard.edu/abs/2023MinPe.118...89P/abstract

[57]  https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0143622822000194

[58]  https://www.researchgate.net/publication/394975059_A_Brief_Study_on_Environmental_Impacts_Caused_by_Mine_Tailings_in_Brazil

[59]  https://www.mdpi.com/2071-1050/13/24/13874

[60]  https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32422455/

[61]  https://ideas.repec.org/a/gam/jsusta/v13y2021i24p13874-d703202.html

[62]  https://www.ibge.gov.br/cidades-e-estados/mg/ouro-preto.html

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[157] https://whc.unesco.org/en/documents/136909

[158] https://doaj.org/article/9c4a9d5ecd524a47a2b6f910265680f2

[159] https://whc.unesco.org/en/soc/2779/

[160]  https://www.scientific.net/AMR.133-134.1089

[161]  https://www.tandfonline.com/doi/full/10.1080/00393630.2024.2379132

[162]  https://www.researchgate.net/publication/358212806_Assessing_risks_of_abandoned_urban_mines_in_the_UNESCO_World_Heritage_City_of_Ouro_Preto_Brazil

[163] https://www.scielo.br/j/remi/a/hdnCDwXQ4VgdYrWKRvxnRYm/?lang=en&format=html

[164]  https://blogs.agu.org/landslideblog/2022/01/14/ouro-preto-1/

[165]  https://www.9news.com.au/world/landslides-brazil-obliterate-historic-mansion-kill-civilians/7ac38dad-f147-4831-862b-90d1f86ced31

[166]  https://floodlist.com/america/brazil-floods-minas-gerais-january-2022

26 outubro 2025

Fotografia da torre da Igreja do Carmo


        Fotografia da torre da Igreja do Carmo - Ronald Péret

24 outubro 2025

23 outubro 2025

22 outubro 2025

Algumas das espécies fotografadas em Ouro Preto por Ronald Peret






 Algumas das espécies fotografadas em Ouro Preto por Ronald Péret


Biodiversidade de Ouro Preto
Registro e Mapeamento da Biodiversidade de Ouro Preto
Objetivos do Projeto "RMBOP"
Mapear a biodiversidade do município de Ouro Preto.
Desenvolver capacidades de identificação de espécies.
Desenvolver capacidades de observação e preservação ambiental.
Valorizar o patrimônio biológico que os moradores e visitantes do município têm à sua porta, tanto no centro histórico, quando em toda a área do município.

Recording and Mapping of Ouro Preto's Biodiversity

Created by Ronald Peret - November 27, 2022
Project admin: Ronald Peret



Vista rara de Ouro Preto.


 Esta vista "deste ângulo" nunca foi fotografada antes de Ronald Péret em 2011. 

Antes do Campus era um pasto.


O lugar onde hoje se encontra a UFOP era uma área de pastagem, que deu lugar à construção do campus. Antes da universidade, a região era uma grande área de pasto, com poucas estruturas, que foi transformada com o crescimento da instituição. 


Criação e Expansão: A UFOP foi criada em 1969 com a união de duas faculdades antigas e tradicionalmente reconhecidas. Desde então, a instituição se expandiu consideravelmente, construindo novas estruturas para abrigar o crescimento do número de alunos, professores e cursos. 

Transformação do Espaço: O espaço foi cedido para a construção de um campus universitário, que transformou a paisagem local, antes dominada por pastagens, em um complexo de salas de aula, laboratórios e áreas de vivência. 

Referência Nacional: Com o passar do tempo, a UFOP se tornou uma instituição de referência no ensino superior brasileiro, sendo uma das principais IFES (Instituições Federais de Ensino Superior) do país. 

21 outubro 2025

Biogeografia da Flora e Fauna de Ouro Preto por Ronald Péret

 


Biogeografia da Flora e Fauna de Ouro Preto por Ronald Péret [1], encontra um universo amplo dentro das tipologias diferentes de vegetação, somadas a diversidade da geomorfologia deste município situando no Estado de Minas Gerais. De um ponto de vista previamente definido, nenhuma medida objetiva isolada de biodiversidade é possível, apenas medidas relacionadas com propósitos particulares ou aplicações diretamente nos locais que são colonizados por organismos da mesma espécie ou de outra. Muito se observa que algumas espécies desenvolvem uma organização social ou outras adaptações com vantagem evolutiva, gerando suas próprias estratégias de reprodução dependendo da ecorregião [2] em que os organismos vivem.

A biodiversidade não é estática é tão pouco distribuída igualmente na Terra. É um sistema em constante evolução tanto do ponto de vista de indivíduos de uma mesma espécie, como também a relação de interdependência entre espécies, que engloba ligações entre fungos, bactérias e suas variações, animais e vegetais até a própria espécie humana.

Mapear a distribuição geográfica das espécies, somada as condições onde cada uma destas é encontrada, é fundamental para promover a conservação, catalogação e preservação de cada espécie.



Anotações:

[1] Ronald Péret possui conhecimentos de: Antropogeomorfologia; Cartografia Sistemática e Temática; Climatologia; Documentário; Estatística; Geologia Geral; Geomorfologia; Georreferenciamento; Fotografia Científica; Fotografia aérea, Fotografia por satélite; Microfotografia, Microfotografia; Pedologia, SIG - Sistema de Informação Geográfica "GIS"; Videografia.





O papel do Projeto RMBOP no aprimoramento e preenchimento do cadastro e mapeamento taxonômicos e geográficos do município de Ouro Preto.

O Brasil está entre os países com a maior biodiversidade do mundo, com 49.981 espécies da flora (http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/listaBrasil) e 120.605 espécies de animais catalogados (http://fauna.jbrj.gov.br/fauna/listaBrasil), no entanto, RMBOP pretende de melhorar a informação e o aceso de dados dos registros de ocorrência de espécies e assim somar a plataforma Global de Biodiversidade (GBIF) os dados cadastrados, este projeto visa fortalecer "principalmente" desenvolver capacidades de observação e preservação ambiental.

Valorizar o patrimônio biológico que os moradores e visitantes do município têm à sua porta, tanto no centro histórico, quando em toda a área do município.


Nota: no exato momento desta postagem 21/10/2025 pesquisadoras/es e biólogas/os e estudantes, podem contar com um acervo de 257 espécies, 211 identificações e 420 observações georreferenciadas de Ronald Péret, somente no município de Ouro Preto. Basta solicitar que podem ser usadas como já estão sendo em TCC, pesquisas e até na Wikipédia.